Na mecânica industrial, rolamentos e engrenagens são os elementos que permitem o movimento e a transmissão de potência. Embora pareçam componentes brutos e resistentes, eles operam sob condições de estresse extremo: altas cargas, velocidades variadas e, muitas vezes, ambientes contaminados por poeira ou umidade. Nesse cenário, a graxa não é apenas um “complemento”, mas um componente vital do projeto mecânico.

Muitas falhas prematuras em máquinas não ocorrem por defeito de fabricação das peças, mas sim por uma lubrificação inadequada. Estima-se que mais de 50% das falhas em rolamentos estejam diretamente ligadas a problemas de lubrificação — seja pelo uso do produto errado, pela quantidade incorreta ou pela contaminação do lubrificante.

O que é a graxa industrial?

Para escolher o produto certo, o gestor de manutenção precisa entender que a graxa é um sistema complexo composto por três elementos fundamentais:

  1. Óleo básico: Representa cerca de 70% a 95% da composição. É o responsável pela lubrificação propriamente dita. Pode ser mineral ou sintético.

  2. Espessante: É a “esponja” que retém o óleo. Os mais comuns são os sabões metálicos (lítio, cálcio, complexo de alumínio) ou espessantes orgânicos (poliureia). O tipo de espessante define a resistência à água e à temperatura.

  3. Aditivos: Substâncias que potencializam o desempenho, como aditivos de Extrema Pressão (EP), anticorrosivos, antioxidantes e agentes de adesividade.

A interação entre esses três elementos determina se uma graxa é adequada para um rolamento de alta rotação ou para uma engrenagem aberta de carga pesada.

Rolamentos vs. engrenagens: necessidades distintas

Um dos erros mais comuns é tentar padronizar uma única graxa para todos os pontos da fábrica. No entanto, as necessidades físicas de um rolamento e de uma engrenagem são diferentes.

Lubrificação de rolamentos

Nos rolamentos, o lubrificante deve permitir que as esferas ou rolos deslizem sobre as pistas com o mínimo de atrito.

  • Velocidade: Rolamentos de alta rotação exigem graxas com óleo base de baixa viscosidade e espessantes que não gerem muito calor por cisalhamento.

  • Consistência: A graxa precisa ter a capacidade de “canalizar” (ficar nas laterais), permitindo que apenas a quantidade necessária de óleo flua para as partes móveis.

Lubrificação de engrenagens

As engrenagens, especialmente as abertas ou as que operam sob cargas de choque, exigem características de robustez.

  • Adesividade: A graxa precisa “grudar” nos dentes da engrenagem para não ser expulsa pela força centrífuga.

  • Extrema pressão (ep): Em engrenagens, o contato é metal-metal sob alta pressão. Sem aditivos EP (como enxofre e fósforo), o filme lubrificante se rompe, causando o engrenamento das peças e o desgaste acelerado (scuffing).

Critérios técnicos para a seleção da graxa ideal

Ao avaliar o catálogo da Ecolub Química para sua planta, considere os quatro pilares da seleção técnica:

1. Consistência NLGI

A classificação NLGI (National Lubricating Grease Institute) define a “dureza” da graxa, variando de 000 (fluida como um óleo grosso) a 6 (dura como um tijolo).

  • NLGI 2: É a consistência padrão para a maioria dos rolamentos industriais.

  • NLGI 0 ou 00: Geralmente usada em sistemas de lubrificação centralizada ou engrenagens fechadas que exigem fluidez.

2. Viscosidade do óleo base

Este é o erro mais frequente: olhar apenas para a consistência da graxa e ignorar a viscosidade do óleo que está dentro dela.

  • Para altas cargas e baixas velocidades: Óleo base de alta viscosidade (ex: ISO VG 460).

  • Para baixas cargas e altas velocidades: Óleo base de baixa viscosidade (ex: ISO VG 32 ou 64).

3. Faixa de temperatura de operação

Uma graxa comum de lítio começa a se degradar acima de 120°C. Se o seu processo envolve estufas ou motores de alta performance, é necessário migrar para espessantes de Complexo de Lítio ou Poliureia, que suportam picos de temperatura maiores sem “escorrer” para fora do componente (o chamado Ponto de Gota).

4. Resistência ambiental

Se o equipamento trabalha em áreas de lavagem constante (como na indústria alimentícia) ou exposto à chuva (mineração e agronegócio), a graxa deve ser resistente à lavagem por água. Graxas à base de Complexo de Alumínio ou Sulfonato de Cálcio oferecem a melhor proteção contra a lavagem e a corrosão nesses ambientes.

Tabela de referência rápida para seleção

Aplicação Principal desafio Tipo de graxa recomendado
Rolamentos de motores elétricos Alta rotação e calor Poliureia ou Complexo de Lítio (Viscosidade Média)
Engrenagens abertas pesadas Cargas de choque e adesão Graxa com aditivos EP e Grafite/MoS2
Indústria alimentícia Contato incidental Graxa de Grau Alimentício (Certificada NSF H1)
Ambientes com muita água Lavagem e ferrugem Graxa de Sulfonato de Cálcio ou Alumínio

Consequências do uso da graxa incorreta

Utilizar uma graxa inadequada pode parecer inofensivo no curto prazo, mas os efeitos colaterais surgem rapidamente na planilha de custos:

  • Superaquecimento: Uma graxa muito viscosa em alta rotação gera atrito interno, elevando a temperatura e reduzindo a vida útil do óleo.

  • Vazamentos: Se o espessante não for resistente à temperatura, a graxa “sangra” e o óleo escorre, deixando o componente seco.

  • Bloqueios: Graxas incompatíveis misturadas no mesmo ponto podem endurecer e bloquear a passagem de lubrificante novo, causando a quebra catastrófica do rolamento.

O diferencial da equipe técnica Ecolub Química

Na Ecolub Química, não entregamos apenas um balde de graxa; entregamos uma solução de confiabilidade. Nossa equipe técnica auxilia sua empresa a realizar o mapeamento de lubrificação, identificando a graxa exata para cada ponto e, mais importante, definindo a frequência e a quantidade correta de relubrificação.

O uso de graxas de alto desempenho, como as da nossa linha sintética, permite estender os intervalos de manutenção, reduzindo o consumo de produto e o tempo de máquina parada. É a química trabalhando a favor da sua rentabilidade.

A graxa correta garante o funcionamento de engrenagens e rolamentos

Engrenagens e rolamentos são os músculos da sua indústria, e a graxa correta é o que garante que eles funcionem sem fadiga. Ao entender que cada aplicação exige uma viscosidade e um espessante específico, você deixa de “apagar incêndios” na manutenção e passa a gerir a produtividade.

Seus rolamentos estão operando na temperatura ideal?

A equipe da Ecolub Química está à disposição para realizar uma auditoria nos seus processos de lubrificação. Proteja seu maquinário com quem entende de performance industrial e sustentabilidade.


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